Liberdade

Há tempos que não escrevo, pelo menos não algo “publicável”.

Porque hoje? Acho que para adiar um pouco a leitura de um livro, que quero ler e está aqui na escrivaninha ao lado da minha cama, mas que tem um titulo que me fez pensar (embora isso não seja novidade, escrevo pouco, mas penso muito- e, não raro, pensamentos não publicáveis!).

O titulo é: LIBERDADE

A primeira coisa me ocorre é: Uauuuuuuu! (para os mais eruditos e pouco acostumados com expressões espontâneas e populares: Uauuu= exclamação de surpresa, admiração).

Depois uma serie de associações: o filme A Liberdade é Azul com a magnifica Juliette, a musica (sei la de quem) “Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós”, o lema da Revolução Francesa “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, a frase do Sartre “O homem esta condenado a ser livre”, e tantas outras…

Mas, há uma frase que não sai da minha cabeça, de uma musica do Raul Seixas, em que ele diz: “amor só dura em liberdade”.

Não sei bem o que o Raul queria dizer com isso, mas até suspeito, basta conhecer um pouco das suas letras, da sua vida para ter uma ideia clara do que ele dizia, mas para mim, esta frase resume praticamente tudo o que penso do amor…

Não, não sou partidária das relações abertas, sem compromisso, frouxas. Ao contrario, sou até bastante conservadora, tanto que gosto do Pondé, e to com ele e não abro quando ele fala que esta onda de feminismo nega até as diferenças biologicas entre homens e mulheres. Não se trata de machismo, se trata de realismo mesmo, sou mulher e quero ser tratada como mulher, e mulheres são diferentes de homens e ponto final. Eu disse diferentes, nem melhores nem piores, é bom ser mulher, mas as vezes é um saco. Suponho (e espero) que homens também pensem assim sobre serem homens.

E, é neste sentido que penso na frase do Raul… amor só dura quando cada um tem liberdade de ser o que é.

A começar pelo gênero, homens poderem ser homens (com as características biopsicossociais que lhe cabem) e mulheres poderem ser mulheres. Não quero um amor em que eu tenha que negar que sou mulher, e que, portanto, sou mais frágil sim (me desculpem as feministas, mas não vou trocar um pneu de carro de jeito nenhum, não tenho força para isso, nem jeito e também não quero estragar minha unha!), que tenho hormônios que afetam o meu humor (e que todos os meses passo por períodos de iraabsoluta-choroexcessivo), isso só para citar dois aspectos ligados a biologia…

Mas, além da biologia, existem as características pessoais…

Tem gente que é mais romântica (EU!!! Que sou daquelas que ouço uma musica legal no radio e mando uma msg para a pessoa dizendo que lembrei dela-e isso não vale só para os homens, faço isso com amigas/os tbem!), e tem gente que é totalmente desligada disso… Tem gente que é mais carinhosa, e tem gente que é mais pratica, tem gente que é mais sensível, e tem aqueles que são mais frios, tem as pessoas que são mais duras, mais briguentas, menos pacientes, mais presentes, mais calientes…

E tudo bem… Desde que no amor a pessoa possa ser o que ela é. Desde que ela tenha esta liberdade, pq senão, acho que a relação esta fadada ao fracasso.

Diz o Victor Hugo que a pessoa se sente verdadeiramente amada quando ela o é “apesar de ser como ela é”. E eu acho que liberdade é isso!

Mas eu acrescentaria, que o amor só dura em liberdade, se houver igualdade (e com isso não falo de diluir as diferenças, ao contrario, eu falo de igualdade no sentido de reciprocidade, do “o que vale para mim vale para vc respeitando as particularidades de cada um”) e fraternidade (e, aqui falo de respeito, de empatia, de parceria).

É… a frase fica até bonita: o amor só dura em liberdade, se houver igualdade e fraternidade!

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