Archive for outubro \14\+00:00 2012

Escolhas

outubro 14, 2012

Há quem escolha coisas, há quem escolha lugares. Eu escolho pessoas!

 

 

Tatuagem

outubro 14, 2012

Gosto de Tatutagens… Alias, eu gosto muito!

Seja pela beleza impressa no corpo, seja pelo sigificado de cada desenho, seja pela arte do tatuador…

Acho que quando se fala em Tatuagem não há como estabelecer um sentido universal (e, quando se fala de alguma coisa dá?), mas para mim sempre tem um significado… E, sempre escolho fazer uma tatuagem, marcar no meu corpo quando algo muito importante acontece na minha vida.

A primeira que fiz, foi perto dos meus trinta anos…

E, fazer 30 anos é importante, tem até livro escrito com este titulo: A mulher de 30 anos… É a tal balzaquiana… (o livro é belissimo, mas é datado, hoje, as mulheres de 30 são bem diferentes das mulheres de 30 do Balzac!). Enfim, fiz uma rosa desabrochando no meu pulso, e, em torno dela, numa forma de espiral, a frase: Torna-te quem tu és… Acho que é meu mantra, sempre estou em busca de ser quem eu sou, da minha essencia… E, acho que a rosa talvez seja esta essencia… No pulso esquerdo, pq é o lado do coração, o lado que vai direto ao coração!

Pq naquele momento? Não só pelos 30 anos, mas também porque pude viver algo que me fez acreditar nesta possibilidade de ser quem eu sou… Complexo? talvez, acho que sou assim!

A segunda foi a letra O, primeiro em homenagem ao meu pai, mas não só isso (nunca é “só” qdo se trata de mim, sou complexa!!! rs). A letra O é um circulo, a forma perfeita, sem pontas, sem arestas, interminavel… Alem disso, em psicanalise a letra O significa a “realidade ultima”… E esta muito me interessa… Também é um mantra!

E, agora decidi fazer outra… na verdade a decisão já estava tomada, eu sempre soube que faria outra, mas não sabia nem o que, nem onde, e nem porque… Dai decidi…

E, será algo que eu percebi que também é minha essencia, que esta comigo sempre, independente das circunstancias… Vou tatuar a minha capacidade de amar, e, de novo no pulso, pq apesar de tudo “o pulso ainda pulsa”. Por toda minha vida!

Encontros e Desencontros

outubro 14, 2012

Ontem revi este filme, nem sei quantas vezes já o vi, mas como tudo na vida, a cada momento que se vive uma experiencia ela tem um sentido diferente…

Sempre vi este filme do ponto de vista do Encontro, acho que era um ponto de vista bastante otimista, e, eu sou bastante otimista… Na verdade sempre via o filme do ponto de vista romantico, e aqui, nem me refiro a o romantismo amoroso, mas ao romantismo que sonha, que tem beleza, que é doce… Houve até uma ocasião que o filme escolhido foi este para brindar junto com Stellas num domingo frio e chuvoso um reencontro que vivi. Mas até entendo porque naquela ocasião o filme escolhido foi este, os olhos reencontrados também se detinham ao aspecto mais “romantico” do filme, ao aspecto do encontro, no caso, do reencontro… Olhavamos em dupla, para a dupla, e com isso a singularidade de cada um se perdia (tanto no filme, como no tal reencontro).

Desta vez, talvez por eu estar menos otimista, mais singular, ou sei lá o porque, eu vi o filme de outra forma… Eu vi muitos Desencontros… e não só porque são dois americanos e Toquio, sem compreender nada do idioma, ou ambos estarem insatisfeitos com os “encontros” conjugais que vivem… Mas porque ambos me pareceram desencontrados de si mesmos…

Ambos estão em busca mas nem sabem do que… Eles são cinza, ou melhor, eles são de tons pasteis, tal qual o figurino que usam durante todo o filme, não há cor, não há brilho (que fica por conta da iluminação de Toquio, contrastando ainda mais com a falta de cor de ambos), não há paixão, não há tesão, não há vida!

Nos raros momentos que a cor aparece, que seja na camiseta “camuflada” dele, ou na peruca cor de rosa dela, ambos se reprimem, um ao outro, como se a cor de um evidenciasse a falta de cor do outro, e então nenhum dos dois podem brilhar. Lembro até da historia do vagalume e da cobra, aquela em que a cobra insistentemente tenta comer o vagalume, até que um dia, este, irritado pergunta: porque vc quer tanto me comer se nem faço parte da sua cadeia alimentar?; e a cobra responde: porque não suporto ve-lo brilhar!

Há uma indiferença, um conformismo, uma aceitação de ambos pelas suas condições que chega a ser triste aos olhos de quem vê, o que parece respeito, bonito, ambos dormirem na mesma cama sem ao menos se tocarem, na verdade demostra a ausencia de impeto, de ousadia, de sede de vida…

De fato, eles estão se encontrando, mas numa ausencia, numa indiferença, numa falta… Poxa, ela esta há dias com dor no pé, e nem disso se queixa!!!! E ele que fala ao telefone para a mulher que quer mudar de habitos comer coisas mais saudaveis como se isso fosse fazer a vida dele melhorar!!! QUANTA ILUSÃO!!!

É realmente fiquei incomodada com o filme, e acho que ele serve para isso mesmo, para incomodar… Senão teria um final mais previsivel, e não tem…

Não é uma comediazinha romantica que tem um happy end como tantas que vemos por aí!

Mas há um momento em que há paixão, em que há tesão, em que há vida… Embora, talvez para a maioria das pessoas seja o momento do “desencontro” entre os dois, mas não é… é alí, naquela mesa de restaurante, onde ela demonstra ciume por ele ter passado a noite com uma outra mulher, bem menos linda, bem menos interessante que ela que eu percebo o encontro.

FINALMENTE ELA SE INCOMODA, ELA QUESTIONA, ELA NÃO SILENCIA!!!!

“Porque ela e não eu? porque vcs tem a mesma idade e podem conversar sobre mais coisas em comum da decada de vcs?” Ela diz ironicamente… E ele, incomodado, envergonhado pelo que havia feito responde a altura… E para mim é aí que se dá o encontro…Pq, ainda que sentimentos “desagradaveis” (a gente tem uma tendencia a achar que alguns sentimentos são desagradaveis… fazer o que?) é a partir dai que os sentimentos aparecem…

E não é que depois há até um alerta de incendio no hotel que estão os dois… É, de fato, as coisas poderiam “pegar fogo” depois daquele almoço… Mas… não é uma comediazinha romantica, o final não é tão previsivel assim…

Que bom, porque a melhor coisa dos Encontros e até dos Desencontros (e pq não dos Reencontros) é justamente a gente não saber o final!

Liberdade

outubro 2, 2012

Há tempos que não escrevo, pelo menos não algo “publicável”.

Porque hoje? Acho que para adiar um pouco a leitura de um livro, que quero ler e está aqui na escrivaninha ao lado da minha cama, mas que tem um titulo que me fez pensar (embora isso não seja novidade, escrevo pouco, mas penso muito- e, não raro, pensamentos não publicáveis!).

O titulo é: LIBERDADE

A primeira coisa me ocorre é: Uauuuuuuu! (para os mais eruditos e pouco acostumados com expressões espontâneas e populares: Uauuu= exclamação de surpresa, admiração).

Depois uma serie de associações: o filme A Liberdade é Azul com a magnifica Juliette, a musica (sei la de quem) “Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós”, o lema da Revolução Francesa “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, a frase do Sartre “O homem esta condenado a ser livre”, e tantas outras…

Mas, há uma frase que não sai da minha cabeça, de uma musica do Raul Seixas, em que ele diz: “amor só dura em liberdade”.

Não sei bem o que o Raul queria dizer com isso, mas até suspeito, basta conhecer um pouco das suas letras, da sua vida para ter uma ideia clara do que ele dizia, mas para mim, esta frase resume praticamente tudo o que penso do amor…

Não, não sou partidária das relações abertas, sem compromisso, frouxas. Ao contrario, sou até bastante conservadora, tanto que gosto do Pondé, e to com ele e não abro quando ele fala que esta onda de feminismo nega até as diferenças biologicas entre homens e mulheres. Não se trata de machismo, se trata de realismo mesmo, sou mulher e quero ser tratada como mulher, e mulheres são diferentes de homens e ponto final. Eu disse diferentes, nem melhores nem piores, é bom ser mulher, mas as vezes é um saco. Suponho (e espero) que homens também pensem assim sobre serem homens.

E, é neste sentido que penso na frase do Raul… amor só dura quando cada um tem liberdade de ser o que é.

A começar pelo gênero, homens poderem ser homens (com as características biopsicossociais que lhe cabem) e mulheres poderem ser mulheres. Não quero um amor em que eu tenha que negar que sou mulher, e que, portanto, sou mais frágil sim (me desculpem as feministas, mas não vou trocar um pneu de carro de jeito nenhum, não tenho força para isso, nem jeito e também não quero estragar minha unha!), que tenho hormônios que afetam o meu humor (e que todos os meses passo por períodos de iraabsoluta-choroexcessivo), isso só para citar dois aspectos ligados a biologia…

Mas, além da biologia, existem as características pessoais…

Tem gente que é mais romântica (EU!!! Que sou daquelas que ouço uma musica legal no radio e mando uma msg para a pessoa dizendo que lembrei dela-e isso não vale só para os homens, faço isso com amigas/os tbem!), e tem gente que é totalmente desligada disso… Tem gente que é mais carinhosa, e tem gente que é mais pratica, tem gente que é mais sensível, e tem aqueles que são mais frios, tem as pessoas que são mais duras, mais briguentas, menos pacientes, mais presentes, mais calientes…

E tudo bem… Desde que no amor a pessoa possa ser o que ela é. Desde que ela tenha esta liberdade, pq senão, acho que a relação esta fadada ao fracasso.

Diz o Victor Hugo que a pessoa se sente verdadeiramente amada quando ela o é “apesar de ser como ela é”. E eu acho que liberdade é isso!

Mas eu acrescentaria, que o amor só dura em liberdade, se houver igualdade (e com isso não falo de diluir as diferenças, ao contrario, eu falo de igualdade no sentido de reciprocidade, do “o que vale para mim vale para vc respeitando as particularidades de cada um”) e fraternidade (e, aqui falo de respeito, de empatia, de parceria).

É… a frase fica até bonita: o amor só dura em liberdade, se houver igualdade e fraternidade!